Muito provavelmente já ouviste falar no jejum intermitente, mas um esclarecimento adicional nunca fez mal a ninguém… por isso, vou-te mostrar a minha perspectiva em relação a esta teoria que está a revolucionar o mundo da nutrição.
Desde sempre que ouvi os médicos e nutricionistas a dizerem para nunca falhar o pequeno-almoço, e nunca sair de casa sem comer. Não sou a única, certo? Mas a nutrição tem destas coisas engraçadas, num ano injectam-nos uma teoria e no outro bombardeiam-nos com outra completamente contraditória. O que podemos tirar daqui, e algo que eu digo sempre, é que somos todos diferentes, e se uma coisa funciona para mim não significa que vá funcionar para ti também.
Eu já experimentei o jejum intermitente e é algo que faço em alguns dias da semana, quando sinto que preciso de dar uma “folga” ao meu sistema, ou quando simplesmente acordo sem fome.
O jejum intermitente é uma estratégia de emagrecimento e auto-conhecimento, e não uma dieta. Consiste num hábito que se traduz num estilo de vida, e não numa fad diet que dura duas semanas. Em vez de nos dizer o que comer, o jejum intermitente diz-nos quando comer. Dá-nos uma janela de tempo onde podemos fazer as nossas refeições, sendo que nas restantes horas do dia não ingerimos nada a não ser água, chá e café.
Existem vários moldes de jejum intermitente, sendo que os mais populares são o 5:2 e o 16:8.
5:2
Com este tipo de jejum intermitente, fazemos a nossa vida normal durante 5 dias da semana, e nos outros dois dias reduzimos a quantidade calórica para 500 calorias (600 para os homens).
16:8
Neste molde, o jejum é feito durante 16 horas, sendo que podemos comer nas restantes 8 horas. Desta forma, se começarmos a comer às 8h da manhã acabamos a última refeição às 4h da tarde. Se fores uma pessoa que precisa de comer mais à tarde e à noite, e de manhã não costumas ter fome, podes quebrar o jejum à hora de almoço e parar de comer 8 horas depois. É uma estratégia flexível, que te permite comer nas horas que tens mais fome, e focar-te noutras coisas nas restantes 16 horas.
É uma verdade indiscutível que hoje comemos muito mais do que precisamos, e passamos demasiadas horas a dar trabalho ao sistema digestivo – ele também precisa de descanso, para o nosso corpo se focar noutras tarefas mais importantes, como a desintoxicação. Foi-nos impingido que deveríamos fazer 3 refeições principais durante o dia, com snacks pelo meio, mas basta voltarmos à nossa Natureza para percebermos que o ser humano não tem essa necessidade – ele criou a necessidade. O nosso corpo diz-nos quando comer e, a não ser que estejamos a treinar para uma competição ou um objetivo específico, as horas das refeições não são algo que precisa ser levado à risca.
O ideal é fazer o jejum 16:8 pelo menos 3 dias por semana, para se notar alguma redução de gordura corporal. O que eu costumo fazer, sendo que raramente sigo estratégias padronizadas, é ver como me sinto quando acordo. Se num dia acordo sem fome, e só me apetece comer ao almoço, é isso que faço. Se no dia seguinte acordo com fome, não dispenso o pequeno-almoço. Sei que faço refeições equilibradas durante o dia, e dou ao meu corpo aquilo que ele precisa, e o jejum é uma forma inteligente de limparmos o nosso corpo regularmente. Respeita a tua fome (ou falta dela) e aprende a ouvir o teu corpo.
Quais os benefícios comprovados para a nossa saúde?
- É uma estratégia que nos permite viver mais tempo, pois protege-nos de doenças como o Alzheimer e o cancro, e melhora os níveis de colesterol.
- Melhora o ritmo metabólico, regulando os picos de insulina ao longo do dia
- Utiliza as reservas de gordura no corpo, ajudando a reduzir a gordura corporal
- Reduz os triglicéridos
- Reduz a inflamação
- Reduz as hormonas da fome
O jejum intermitente pode e deve ser incorporado na tua vida como um hábito, e não algo que fazes durante um mês. É algo que traz benefícios a longo prazo e deve ser completamente natural.
Deves sempre fazer o jejum com acompanhamento de um especialista no assunto. E, lembra-te, tu és um ser individual e deves ouvir o teu corpo acima de qualquer outra coisa.
Faz bastante tempo que tento entender como funciona o jejum intermitente, depois deste post consegui realmente entender. Muito obrigada, Joana.